Depois de um tempo, o ato de ignorar questionamentos profundos da alma se torna habitual e as dúvidas não falam mais à mente. Parece estar tudo bem, exceto por um sentimento de ansiedade, vazio ou tédio. Neste ponto, observar o corpo pode ser uma ferramenta clara e valiosíssima de autoconhecimento, auxiliando no resgate de sentimentos profundos e possibilitando a solução de insatisfações internas ocultas.
É incrível, mas muitas pessoas não tem coragem ou
sinceridade suficiente para se fazerem estas perguntas. Assumem compromissos de
toda ordem – profissionais, de relacionamento, com funções sociais, religiosos,
ou simplesmente com sistemas de idéias e valores – e depois não conseguem
admitir que em determinado momento deixaram se estar satisfeitas com a vida que
levam.
O ritmo de vida hoje é veloz. Para se conhecer e se decidir
se ama alguém tem que ser rápido. Você faz uma entrevista de trabalho e precisa
estar lá amanhã para a próxima fase da seleção. Com menos de 21 anos você já
precisa saber o que será em toda a sua vida. Título de Doutorado, melhor antes
dos 30. E uma vez feito o compromisso com um sistema de vida, tem que haver
investimento, tem que apostar, tem que ser guerreiro. No cotidiano, a
produtividade é a palavra de ordem. Não há tempo para se perceber, para
refletir, revisar o mapa e se perguntar “Era este caminho mesmo que eu gostaria
de estar seguindo?”.
Depois de um tempo, o ato de ignorar questionamentos
profundos da alma se torna habitual e as dúvidas não falam mais à mente. Parece
estar tudo bem, exceto por um sentimento de ansiedade, vazio ou tédio. É neste
momento que, mesmo que desejemos refletir, fica um pouco mais difícil, pois
desaprendemos como escutar o coração. Neste ponto, observar o corpo pode ser
uma ferramenta clara e valiosíssima de autoconhecimento, auxiliando no resgate
de sentimentos profundos e possibilitando a solução de insatisfações internas
ocultas.
Frio na barriga quando sente medo, rugas na testa na
preocupação, tensão no ombro quando aumentam as responsabilidades, nó na
garganta na hora de revelar uma emoção forte... Todo mundo sabe pelo menos um
ou dois sintomas físicos com fundo psicológico. O corpo fala mais alto do que a
intuição, mais alto do que a mente, e isto o torna uma excelente forma de
comunicação para a alma. Habituando-nos a ouvir o corpo, percebemos que a
indecisão em alguns momentos é somente superficial – no fundo sabemos o que
queremos, só não temos coragem de admitir.
Estou diante de 2 caminhos importantes, preciso decidir a minha
vida. Como resolver o impasse quando já avaliei o custo benefício de ambos e
parece não haver diferença? O corpo normalmente sabe. Um bom exercício é
visualizar cada situação e procurar observar os movimentos corporais a medida
que uso a imaginação para simular cada escolha. Os gestos abaixo são comuns quando estamos num caminho que
representa risco, possibilidade de conflito e, por tanto, podem sinalizar que o
caminho não é o preferido para nosso coração e pode trazer sofrimento. Se
questione “Quando penso nessa possibilidade...”:
- · Minhas mãos se fecham e se apertam?
- · Sinto um aperto na boca do estômago ou na garganta?
- · Prendo os lábios, franzo a testa?
- · Suspendo ou encolho os ombros?
- · Cruzo os braços?
- · Prendo a respiração?
Por outro lado, há expressões corporais de receptividade e
entusiasmo, também manifestas pelo corpo. Visualizando as alternativas de
escolha, você pode observar:
- · Sinto vontade de sorrir
- · Solto um suspiro relaxado? Respiro melhor?
- · Sinto alguma euforia no peito?
- · Meus músculos ou membros – ombros, abdome, mãos, joelhos, testa, maxilar – se descontraem?
Na próxima semana veremos exemplos práticos de como estes
movimentos corpóreos podem se manifestar em momentos decisivos de nossas vidas
e como observá-los para utilizá-los em favor da felicidade.
Vida viva para todos!
Leia a sequencia deste texto em http://mundodemaia.blogspot.com.br/search/label/S%C3%A9rie%20-%20Do%20Ser%20Individual%20ao%20Ser%20Feliz
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