domingo, 28 de abril de 2013

Do Ser Individual ao Ser Feliz - O Corpo 2


Obs: Este texto é o terceiro da série Do Ser Individual ao Ser Feliz

Inicialmente pode parecer que não há comportamentos involuntários como os mencionados no texto anterior (vide texto) em seu corpo, mas o mesmo sempre responde a sua postura mental e a sua percepção de mundo. É uma forma primitiva de se preparar para o que há de vir – uma necessidade de fuga, de combate ou de reprodução. Por tanto, todo ser humano tem movimentos corporais que falam da sua impressão sobre a vida mais ou menos visíveis, a depender do perfil de cada um. Para não acabar entrando em rótulos que limitam a individualidade de cada ser, sugiro que se observe nas mais diversas situações, questionando-se sempre “como está meu corpo agora?”.



 Use todas as questões já mencionadas como ponto de partida e começará a perceber, no exercício diário, seu próprio padrão. Associando o comportamento do corpo com situações específicas de sua vida, você compilará um repertório de suas reações físicas mais frequentes e os momentos em que elas ocorrem.

“Como MEU corpo fica em situações de paixão/pressão/contentamento/stress/rejeição/medo/raiva/etc.?”

Entendendo seus padrões, em outras situações onde não houver muito tempo para decidir e entender, será mais fácil saber o grupo de movimentos corporais a serem observados para se descobrir qual sua real necessidade em cada momento. Por exemplo:

Oferecem-me uma promoção para um cargo onde ganharei mais, porém terei que fazer mais horas extras e precisarei conviver com pessoas desagradáveis diariamente. Pergunto a amigos o que fazer e todos dizem que, na idade em que estou, temos que engolir alguns sapos e aceitar alguns sofrimentos para subir na vida. O salário é muito bom! Penso se devo aceitar. Será que serei feliz? Escuto o meu corpo. Esforço-me para sorrir e pensar “será bom pra mim!”. Mas minhas bochechas estão meio rígidas, não é fácil sorrir. Além disso, meus olhos estão um pouco dispersos. Meus ombros estão retraídos. Sempre que estou com medo, não consigo sorrir. Quando me sinto acuado, suspendo os ombros e às vezes até cruzo meus braços.

O que este corpo diz? “Não será bom, não vale a pena o esforço, o benefício não cobre o nível de stress/cansaço/insatisfação”. Talvez, na insistência, a tensão nos ombros se torne crônica acarretando uma enxaqueca tensional.


Provavelmente esta pessoa tenha alguma questão interna a ser resolvida antes de se expor a esta experiência. Compreender melhor as “pessoas desagradáveis” e a maneira de lidar com elas, até que não sejam mais tão desagradáveis assim. Encontrar uma forma de aperfeiçoar seu trabalho para que não precise mais realizar tantas horas extras. Mas, caso a pessoa opte por ignorar o alerta do corpo e adentrar na experiência, precisará fazer isso com a consciência de que precisará solucionar estas resistências o quanto antes, ou estará fadada a viver infeliz diariamente, provocando em si moléstias que poderiam ser evitadas.

Podemos transcender a mensagem do corpo, mas não podemos ignorá-la, pois ela fala de nossas limitações e necessidades no momento presente. Por mais que acreditemos intelectualmente que deveríamos ser mais fortes, menos emotivos, mais racionais ou gostar mais de uma determinada coisa e menos de outra; a pessoa que somos hoje é quem conviverá com tais experiências e transmitirá mensagens de prazer ou desconforto ao nosso corpo quando a mente não puder mais escutar o coração.

É comum querermos desejar o que todos desejam, o que a sociedade considera modelo de sucesso, para que possamos ser aceitos e admirados mais facilmente. Acreditamos que a aceitação no grupo ou na família pode nos trazer felicidade certa, mas não é assim. Quando não somos felizes, mesmo que consigamos nos enquadrar nos parâmetros “gerais” de sucesso e agradabilidade, subsiste um mau-humor intrínseco, uma cobrança ao outro que nos distancia mais do que aproxima da harmonia, do amor e da felicidade. Mesmo quando buscamos transcender nossas limitações, isso precisa ser feito de coração. Assim, faz mais sentido buscar ser feliz sob seus padrões individuais de desejo e realização pessoal, demonstrando um aspecto corporal confortável, vivaz, relaxado e alegre. Transbordando – fisicamente inclusive – esta felicidade, nos tornamos mais bem dispostos, abertos, pró-ativos, generosos e atraentes no que quer que decidamos fazer das nossas vidas.

Vida viva para todos! 

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