Embora estejamos servidos de uma infinidade de canais de autoexpressão, a individualidade passa batida na atualidade. Tanta customização ainda não se destina a escuta cuidadosa interna de necessidades realmente individuais, que acabam por ficar desatendidas, gerando sofrimento.
Após
um período de modismos em torno da lei de atração, me pergunto o que ficou na
mente das pessoas sobre de que maneira elas iriam fazer usas escolhas. Percebo
que, mesmo entre filósofos, estudiosos e espiritualizados, para muitos o uso da mente ainda
fica nas frases de efeito e nos motins de pensamento positivo; sem muito
aprofundamento na revisão de crenças e valores que originam o padrão mental que
conduz nossas escolhas, conscientes ou inconscientes.
A ideia da lei de atração é simples: semelhante
atrai semelhante. Devemos sentir, pensar e falar sobre o que queremos que se
concretize, nos tornando aquilo que desejamos atrair para nossas vidas. Alguns
utilizam recursos visuais para dar uma forcinha, postando no facebook e na área
de trabalho ideias positivas; outros recorrem à programação neurolinguística.
Apesar de ferramentas valiosas, sem uma revisão interna profunda sobre os
verdadeiros valores pessoais, estas práticas correm o risco de ser uma
experiência superficial e frustrante, longe de trazerem os resultados
desejados.
Hoje a humanidade segue seu dia-a-dia repetindo formas
de pensar e padrões de sucesso reconhecidos socialmente como a última maravilha
do mundo. O emprego ideal, a pessoa ideal, o carro ideal, o celular ideal... É
mais prático decidir os caminhos sem escutar o coração, pois a TV fala mais alto e o senso
comum transmite muita "segurança", além de acolhimento. Há uma busca frenética pelo
mundo ideal aprovado, sem muito espaço para a percepção de dores internas mais
silenciosas, que por vezes falam através do corpo, de doenças ou dores; ou se
fazem presentes através de um stress inexplicável, uma vida de repetições de
fatos indesejáveis, uma inquietação constante, por ter e parecer e uma aparente
incapacidade de se chegar ao objetivo seja ele qual for.
Embora estejamos servidos de uma infinidade de
canais de expressão, a individualidade passa batida na atualidade. Tanta customização
ainda não se destina a dar um ritmo que permita a autorreflexão e a escuta
cuidadosa interna de necessidades realmente individuais. Estas, que podem não estar
na moda nem pertencer a rótulos, acabam por ficar desatendidas, gerando
sofrimento.
Este mês trarei uma série de textos sobre
como se conhecer a partir de ferramentas de auto-observação simples, a partir da observação do corpo e de fatos cotidianos. A ideia é
dar a quem lê recursos para se ver e se compreender de maneira mais nítida, mais
sincera. Este é o primeiro passo para uma mudança substancial na qualidade de
vida e na experiência da felicidade.
Vida viva para todos!
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