segunda-feira, 4 de junho de 2007

Medo de quê?

Imobilizado pelo medo

Bom...estes dias estive meio ausente ocupada vivendo mais do que pensando, mas enfim... acabei parando para refletir por que muitas vezes as pessoas deixam de viver, deixam de mudar ou de assumir algo que já são perante a sociedade.

Por que muitas vezes conseguimos perceber e entender o que precisamos transformar em nossas vidas, mas não conseguimos colocar em prática mesmo quando tudo favorece? Na hora da verdade, por que, quando não depende de mais ninguém ou de mais nada você se mover, você continua parado?

Conversando com amigos muitas idéias surgiram: preguiça, "zona de conforto", falta de conscientização, preocupação com a opinião dos outros, etc, etc... Mas, desdobrando cada um desses fatores, o último da fila, o que sempre está no fundo, é sempre o medo.

"Em time que está ganhando não se mexe".
"Mais vale um pássaro na mão que dois voando".
"Antes só do que mal acompanhado".

Muitas vezes usamos estes ditados como uma desculpa para o medo de arriscar sair do estado em que se está para buscar um melhor. Muitos medos imobilizam as pessoas, mas se formos nos aprofundar nas origens, sempre está lá o medo do desconhecido.
De onde viria o medo da dor se às vezes a dor não provocasse a morte, algo tão desconhecido?
De onde viria o medo de perder alguém, se não do medo de procurar o amor em alguém desconhecido?
Se você analisa estes medos a partir da ótica do indivíduo sofrido pode parecer que há algum sentido, mas na verdade não há. Muitas vezes a pessoa está vivendo no sofrimento exatamente agora. Ou viveu e vive a vida inteira no sofrimento. O que leva uma pessoa assim a ter medo de mudar? E é impressionante como o homem pode adotar para si limites extremamente elásticos para sua acomodação, paciência, apatia ao seu próprio sofrimento. De onde vem tanta resistência?

Uma idéia me ocorreu. A ciência insiste em afirmar que o homem evoluiu dos animais. Eu concordo com esta visão. Sendo assim, se você imaginar que um cão leva sua vida de cão mesmo com as pulgas e carrapatos apenas por seu estilo de vida atender ao instinto básico de sobrevivência - sem tentar minimizar a dor quando ela não provoca a morte, sem fazer muita força para buscar conforto, ou alegria - pode-se imaginar de onde esta acomodação vem.

Na minha concepção, o homem se apega ao estado conhecido por saudade dos instintos que viviam dizendo ao animal o que fazer. O estado de acomodação proporciona uma previsibidade na vida; a "segurança" que era oferecida pelo instinto - nasce, cresce, se reproduz e morre. Nada mais previsível que isso.

Mas o homem já tem raciocínio. Ele pode otimizar a sua busca pelo atendimento às suas necessidades. Ele pode escolher soja, ao invés de carne. Ele pode preferir um banheiro limpo à praça pública infecta. A humanidade pode criar, pode ser fator ativo na promoção da evolução de sua própria espécie. Por que ainda nos contentamos com o básico, mesmo quando há outras possibilidades mais inteligentes de se viver?

Não estou falando sobre ambições materiais (pelo menos não somente...no fundo tudo é uma coisa só). Estou falando sobre felicidade real, plenitude interna, coisas sobre as quais os animais ainda não param para refletir.

O medo do desconhecido é tão racional como o medo da criança que vai pela primeira vez à escola. Muitos venceram esta barreira antes e aprenderam como fazer. Por que tudo iria dar errado justo com você? Ou é sensato pensar que o seu estado é mais difícil que o de todas as outras pessoas que existem neste mundo com mais de 6 bilhões de seres humanos? Quem somos nós para afirmar qual a maior dor ou dificuldade que qualquer homem já transcedeu?

Estou somente refletindo...refletindo e trasformando...

Vida viva para todos!

4 comentários:

Anônimo disse...

Estes pensamentos de Maia ecoam em minha alma há muitos anos. Ainda bem que encontrei alguém compatível com a minha forma de pensar. Nós humanos sempre estamos atrás de alguma coisa, quando digo atrás quero dizer quem fica no fundo, nunca conseguimos visualizar o horizonte, por que estamos no fundo buscando desculpas para a nossa deficiência pessoal. Somos empurrados pra trás como quem está nadando contra correnteza. Mas, na verdade nada mais é do que a nossa preguiça de mudar. Concordo com as colocações de Maya, quando diz:"o homem se apega ao estado conhecido por saudade dos instintos que viviam dizendo ao animal o que fazer.
Sendo assim, pensemos nestas sabias palavras do mundo de Maya.
Te amo!
Bhava
Bhava

Anônimo disse...

Pôxa!!!!!acho que esse foi pra mim. Preciso refletir mais um pouco e meditar muito pra seber quais são os medos que estão me imobilizando agora. Concordo com isso tudo e por isso mesmo estou totalmente mobilizada a me mexer, sair da "cela que dá choque" e correr pra outro lugar ao invés de tentar me readaptar. Obrigada, um beijo.

Anônimo disse...

Tem mais...Eu tbm quero assumir muitas coisas até pra mim mesma. Mas aparecem sub-personalidades minhas, que têm uma opinião contrária e interferem nas minhas tomadas de decisão. Não sei, mas acho que até hoje,dei os passos certos, por causa desse dito "medo de se arriscar" no desconhecido. Nunca me arrisquei de verdade. Ou isso é relativo e depende do que cada um considera risco? Pra algumas pessoas sou bem corajosa!!! Já pra mim, sou menos. Ah, vamos ver porque será que no comentário anterior eu apareci como anônima???Não era a intensão.rsrsr Bjs Mamãe.

Anônimo disse...

Ah, sim , os instintos!!!!é verdade. Esses estão lá bem no fundo do inconsciente escondidos e esquecidos. Mas qdo. em vez se manifestam e fazem um estrago grande.É uma pena, por que aprendemos a reprimir o que pode nos salvar. Tbm te amo!