terça-feira, 3 de abril de 2007

Ser o que se é ou ser o que é fácil ser?

Essa semana estava conversando com uma amiga sobre como é comum (já que nem sempre é fácil) a pessoa se tornar algo que ela na realidade não quer com o pretexto de "se adaptar ao mundo em que vivemos".

Hoje, eu vou falar sobre a crítica alheia declarada.
- Às vezes as pessoas só estão incomodadas por que você mudou para uma forma menos conveniente para ela do que você tinha antes. Você pode estar mostrando ela algo que ela é, mas não reconhece. Ou pode estar exibindo algo que ela gostaria de ser, mas não tem forças ou coragem para se tornar.
- Às vezes as pessoas estão incomodadas por que você interfere de forma negativa em seu cotidiano, fazendo-as sofrer de alguma forma – talvez as impedindo de viver suas vidas livremente.
Nas duas situações, há uma oportunidade para você. Parece pieguice, mas não é. É irritante, mas é verdade. A maior oportunidade é sua, desde que você saiba exatamente QUEM VOCÊ É e POR QUE VOCÊ ESTÁ SE PERMITINDO ADAPTAR àquela situação.

A crítica alheia de uma maneira geral exercita sua inteligência emocional, te ensina novas formas de se comunicar com o variadíssimo “mundo em que vivemos” e, em última instância, é um indicador objetivíssimo de quem você é.
Sim! Um amigo, alguém que sente afeição por você, sabe usar palavras doces, mas nem sempre sabe utilizar palavras realmente francas (ao contrário de patrões, empresas com verba reduzida, guardas de transito, professores e outros).
Se, após receber uma crítica, você reflete com calma e frieza o que está sendo ouvido ao invés de reagir emocionalmente, você passa a se enxergar de um ângulo que você não podia se ver antes: o de quem te esfaqueia por traz. Então ouça, reflita, minimize as oportunidades de o outro te criticar e vá em frente.

O outro lado da moeda...

Por outro lado sabemos que muitas críticas são feitas com o único propósito de beneficiar quem está criticando. A REFLEXÃO É EXTREMAMENTE IMPORTANTE para que você ENTRE EM CONTATO COM SUA CONSCIÊNCIA e entenda se aquelas modificações ou adaptações te trazem crescimento ou não.

Um amigo antigo critica um ex-presidiário arrependido na condicional por que ele se tornou mole demais, compreensivo demais. O que ele pode fazer?
- Se perguntar por que alguém tem oportunidade de lhe dizer estas coisas – o passado e o vício o condenam. Observar suas emoções naquele momento - se ele sente vontade de reagir, é prova de que ele ainda não se transformou realmente, ainda não se tornou o que ele queria ser - pacífico. O inimigo pode esfaqueá-lo pelas costas utilizando esta fraqueza e o orgulho dele para induzi-lo ao erro.
- Ele pode se perguntar qual necessidade de adaptação gerou aquele comentário – se foi a de ser mais violento ou se foi a de saber realmente controlar e transformar seus impulsos.

Entendeu? Amigos de cachaça fazem essas coisas. Ex-namoradas arrependidas fazem essas coisas quando você está comprometido. Pais superprotetores fazem essas coisas quando não querem q você vá embora. Não são sempre pessoas mal intencionadas. Muitas vezes são pessoas que gostam de você, sofrendo por que querem companhia para continuar vivendo do modo como vivem. Mesmo achando incorreto lá no fundo, querem você por perto, por que É DIFÍCIL MUDAR E NÃO TER QUE ENFRENTAR A MARÉ OPOSTA DAS CRÍTICAS.


PS- É fácil entender a utilidade de uma crítica positiva. Por isso não mencionei...

Um comentário:

Anônimo disse...

Caramba, July... lendo seus posts aqui fiz uma grande viagem... lembrei de tudo que sentimos, falamos e vivemos há 13 anos atrás... do quanto éramos amigas e nos dávamos bem... passávamos horas e horas conversando (e nossas conversas já eram bem viajantes na época! rs)
Tive a sensação de que hoje em dia seria uma pessoa mais feliz se ainda tivesse o prazer de desfrutar dessa amizade tão linda e enriquecedora de perto... olho no olho, pele com pele e sorrisos aos montes, como costumava acontecer...
Saudades de você... de tudo em você... Desejo que você seja muito feliz e que faça muita gente abrir os horizontes para novas formas de pensar...
Beijinhos, Loly